“Super Quarta” eleva Selic para maior nível em quase 20 anos

Depois de divergências no mercado sobre qual decisão o Copom tomaria em relação à taxa de juros, o Banco Central decidiu elevar a Selic de 14,75% para 15% ao ano, atingindo o maior patamar desde julho de 2006.
A decisão foi unânime e marca a 7ª alta consecutiva desde setembro de 2024. Com o aumento, o Brasil passa a ter o 2° maior juro real do mundo.
Para o comitê, prevaleceu a leitura de que, embora a inflação tenha desacelerado — o IPCA acumulado em 12 meses caiu para 5,25% —, ela ainda segue acima do teto da meta, que é de 4,5% para 2025.
- Outro fator que influenciou a decisão foi a proposta do governo de aumentar o IOF, que enfrentou forte resistência e deve ser barrada no Congresso.
O BC sinalizou que deve pausar o ciclo de alta para avaliar os efeitos da política monetária, desde que o cenário de convergência da inflação à meta se mantenha.
A trajetória do aperto da Selic
O Copom deu início ao atual aperto monetário na reunião de setembro de 2024, a fim de conter pressões inflacionárias e o avanço da atividade econômica acima do esperado. Na ocasião, os diretores elevaram a Selic de 10,50% para 10,75%.
A taxa subiu para 11,25% em novembro e encerrou o ano de 2024 em 12,25%, mas já com duas altas de 1 p.p. contratadas para as próximas reuniões.
Em 2025, como indicado, o ritmo de alta se manteve e os juros foram a 13,25% em janeiro, 14,25% em março e 14,75% ao ano em maio. O ajuste final, que levou a Selic a 15%, ocorreu nesta quarta-feira, segundo o Comitê.
Nos EUA, a história é um pouco diferente…
O Federal Reserve manteve os juros americanos na faixa de 4,25% a 4,50%.
Essa já é a quarta vez seguida que o Banco Central dos EUA segura os juros. O comitê reconheceu que as incertezas sobre a economia ainda são altas, mas bem menores do que na última reunião.
Mas a decisão não foi muito bem aceita por Trump. O presidente americano chamou Powell de estúpido e ainda disse que talvez ele mesmo devesse assumir o comando do Fed.