Devocional – Órbita

Leitura Bíblica:
1 João 1.6-7
Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria, e lhe disse: “Siga me.” Mateus se levantou e o seguiu (Mt 9.9).
O versículo-chave apresenta Levi, mais tarde chamado Mateus, o publicano coletor de impostos, que trabalhava para o governo romano na época em que Roma imperava e oprimia Israel. Os publicanos não só cobravam impostos, mas extorquiam o próprio povo. Mateus era visto como inimigo de sua gente, e sua vida orbitava em torno das conquistas financeiras e morais diante da administração do império.
Do outro lado da história, a Bíblia apresenta Simão. Ele fazia parte dos zelotes, um grupo profundamente nacionalista, que até matava para assegurar seus valores, se preciso fosse. Era o extremo oposto dos publicanos. A vida de Simão, o zelote, era pautada pelo patriotismo exacerbado. Porém, em um determinado momento de suas vidas, ambos foram chamados por Jesus para viver numa nova órbita, não mais em torno de conquistas, reconhecimento ou extremismo, mas para orbitar em torno dele. A questão é: como seria possível manter um publicano e um zelote no mesmo grupo? A resposta é simples: tudo depende em torno do que ou de quem a pessoa ou o grupo orbita. Quando Jesus chamou Mateus e Simão para uma nova órbita pessoal, isso os atraiu a um ponto comum: o Filho de Deus, o elo eterno. Duas pessoas totalmente diferentes passaram a convergir e se encaixar porque o Mestre se tornou o centro de suas vidas. Interessante notar que, depois da partida de Jesus, aqueles dois, que antes eram opostos, se mantiveram unidos. Isso porque integravam um grupo que entendia que: “Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20b). E a prova mais linda de que essa órbita individual e coletiva de Mateus e Simão seguiu firme, mesmo depois da partida de Jesus, está registrada em Atos 2.42-47.
Da mesma forma, ainda hoje, o Filho de Deus nos propõe orbitar individual e coletivamente em torno dele. Ele nos convida a ter uma vida de fé e comunhão.