Após morte de missionários no Haiti, novos líderes continuam pregando o Evangelho

O líder Saint Fleur relatou a dificuldade de continuar os trabalhos evangelísticos devido à crise de segurança no país.

Após a morte do casal missionário Davy e a Natalie Lloyd, por gangues no Haiti, novos líderes continuam o trabalho evangelístico no país.

Na última semana, o conselho de transição do Haiti nomeou um novo Gabinete para substituir o que foi dissolvido há alguns meses após a demissão do Primeiro-Ministro.

Makenson Saint Fleur, da organização “For Haiti With Love”, explicou que a formação do novo gabinete “pouco faz para mudar as dificuldades na região”.

Segundo o Mission Network News, as gangues controlam cerca de 80% da capital haitiana, Porto Príncipe.

“O ministério (administração) do Haiti ainda não fez nada em relação à situação de segurança do país. Tudo ainda está ruim”, relatou Saint.

Mais de 2.500 pessoas foram mortas ou feridas na violência de gangues este ano, incluindo os missionários americanos que serviam em tempo integral no país.

Novos líderes 

Apesar da crise, a esperança dos cristãos locais está na chegada de pastores evangélicos que servirão em uma missão de paz durante os esforços para combater as gangues no Haiti.

O presidente do Quênia, William Ruto, e sua esposa, Rachel, recrutam os líderes religiosos para apoiar iniciativas sociais.

“Acreditamos que somos uma ferramenta que Deus usará para ajudar”, afirmou Serge Musasilwa, um pastor queniano envolvido na ação.

Enquanto isso, Saint, relatou a dificuldade para servir os cidadãos: “Precisamos de segurança e pedimos ao governo para continuar levando comida à população”.

E continuou: “For Haiti With Love interrompeu o programa alimentar por seis meses por causa de problemas políticos no centro de Cap Haitien, mas agora reiniciamos o programa alimentar porque observamos que o que está acontecendo no Haiti é uma catástrofe humanitária”.

Em março, Rachel explicou que os líderes estavam trabalhando por uma “solução espiritual” para o Haiti: “Não podemos permitir que a nossa polícia vá ao Haiti sem orar”.

Musasilwa contou que também se reuniu com funcionários do Departamento de Estado dos EUA. Apesar do foco nos aspectos práticos do envio, ele e outro pastor, afirmaram estar convencidos de que os problemas do Haiti eram principalmente espirituais.

Segundo dados do governo, cerca de 2% dos haitianos se identificam como adeptos do Vodu, que combina a crença num único deus com a adoração de espíritos.

“O Evangelho se choca com as crises no Haiti, inspirando e motivando os cristãos a responder com compaixão, justiça e reconciliação”, concluiu Saint.

Haiti tomado por gangues

Nos últimos meses, os haitianos têm enfrentado uma agitação civil e uma onda de violência, após gangues armadas invadirem duas prisões e libertarem quase 4 mil presos no início de março.

Estima-se que os criminosos já controlam 80% da capital e o governo decretou estado de emergência na cidade, conforme o PBS News Hour.

De acordo com um relatório da Iniciativa Global Contra o Crime Organizado Transnacional, divulgado em fevereiro, as gangues haitianas são abastecidas com armamento estilo militar e ganham 25 milhões de dólares ao ano através de resgate de sequestros.

O controle de grupos armados também têm dificultado o trabalho diário da igreja e de missões no país. Nos últimos anos, missionários estrangeiros e líderes locais se tornaram alvos de sequestros.

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.