Leitura Bíblica:
Salmo 94.1-23

Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai das misericórdias e Deus de toda a consolação, que nos consola em todas as nossas tribulações (2Co 1.3,4a).

Você já olhou para os lados e só viu maldade e espertalhões se dando bem à custa dos fracos, sem que ninguém tome uma providência? E então teve o sentimento de que Deus não está fazendo nada a respeito? Não fique triste ou desanimado; sua experiência não é nova.

A leitura de hoje é um exemplo dos assim chamados salmos imprecatórios, o derramar do coração aflito de um poeta que, em oração, vai levar toda a sua indignação à presença do trono do Único que, de fato, saberá resolver o problema. Você também pode agir assim, inclusive colocando perante o Senhor sua incapacidade de lidar com a espera; Deus não ficará escandalizado! É exatamente o que o salmista faz aqui.

Se orar com uma postura devidamente submissa ao Pai, talvez você, como eu, sentirá que parece que ele lhe diz: “Entendo seu desconforto, mas isto tudo é muito além do seu entendimento limitado; além disto, note como é restrita a sua perspectiva de tempo!” Creio que foi por ter essa atitude de rendição que o salmista entendeu e expressou que, mesmo além da sua capacidade de entender, Deus continua sendo Deus e no tempo devido fará o que é necessário. Quando me rendo ao Senhor – e só então – posso experimentar a sua consolação. É maravilhoso ver neste salmo que, em meio ao derramar de tanta angústia e indignação, explode no verso 19 uma expressão de gratidão que reverbera pelos séculos: “Multiplicando-se em mim as inquietações, as tuas consolações me alegram a alma” (NAA).

Creio que é a respeito disto que Jesus falava quando disse que nos concedia uma paz diferente do que aquela que o mundo dá, instável e constantemente dependente das circunstâncias. A paz de Cristo vai muito além de qualquer capacidade humana de entender (Fp 4.7), e se manifesta mesmo nas situações mais desfavoráveis.